As atividades no congresso Nacional serão retomadas na semana que vem --os parlamentares emendaram o Carnaval e só voltam a trabalhar na terça-feira (3). Pelo menos dois assuntos devem dominar esse retorno do Legislativo: a briga por comissões no Senado e a discussão sobre ética.
A discussão começou na composição do grupo que garantiu a vitória de José Sarney (PMDB-AP) na disputa pela presidência do Senado. O comandante dessa vitória foi Renan Calheiros(PMDB-AL) que, em busca de apoios à eleição de Sarney, prometeu cargos a partidos que não tinham direto.
Sentindo que perderia a disputa contra o ex-presidente da legenda, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Collor passou a reivindicar a Comissão de Infraestrutura, que seria ocupada pela senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
"Então uma disputa que se avizinhava como uma guerra ali do PTB (partido do governo) com o PSDB (partido da oposição) se transformou em uma briga de governo contra governo. É o PT de Ideli Salvatti contra o PTB de Fernando Collor".
A pedido do Palácio Planalto, Romero Jucá (PMDB-RR), líder de Lula no Senado, tenta resolver a questão. Por conta dessas brigas, o Senado passou o mês de fevereiro sem votar nenhum projeto --detalhe: os senadores receberam normalmente os salários.
Outro tema que estará em pauta com a volta das atividades parlamentares é o debate sobre questões éticas. Segundo o colunista, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) prepara um discurso para o plenário do Senado em que ele vai realçar esta mania que os partidos têm de reivindicar cargos no governo.
