Como já era esperado, após a fragmentação do DEM no Distrito Federal, o grupo que dava sustentação política ao ex-vice-governador Paulo Octávio, como líderes comunitários e médios empresários nas cidades satélites, já estão se ajeitando com Joaquim Roriz (PSC) ou com Agnelo Queiroz (PT).
O pessoal que está conversando com o Roriz busca, basicamente, a garantia na manutenção de empregos. Já os que procuram Tadeu Filippelli, candidato a vice na coligação de Agnelo, querem ter a certeza de que não haverá grandes mudanças na relação entre empresas e o Estado. “Uma simples mudança tributária pode prejudicar muitas empresas que têm uma folha de pagamentos alta e garante empregos, principalmente na construção civil. Sem apoio do governo, torna-se impossível sobreviver com mudanças nas regras do jogo. Este é o temor que muita gente tem em relação à candidatura de Agnelo Queiroz”, contou um empresário que esteve no café da manhã promovido pelo vice-presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), Júlio Perez, na quinta-feira, 8. Perez reuniu 40 empresários para ouvir as propostas de Agnelo para o setor.
Participaram da conversa, além de Agnelo e Filippelli, os candidatos ao Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB), e à Câmara dos Deputados, Geraldo Magela (PT) e Luiz Pitiman (PMDB). O presidente do Sinduscon-DF, Elson Póvoa Ribeiro, reclamou das dificuldades com a indefinição dos contratos em andamento, as licitações que foram realizadas, mas não contratadas, além da espera por licitações que já deveriam acontecer. Outro que marcou presença foi o presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Gegitón Queiroz.
Este time de pesos-pesados da construção civil foi arrebanhado por Tadeu Filippelli. “Hoje, o verdadeiro ponta de lança no meio empresarial que ainda vê com desconfiança o PT do DF”, conta a fonte. De fato, Filippelli vem atuando como um navio quebra-gelo na trajetória de Agnelo rumo ao Palácio do Buriti.
Élson Povoa aproveitou a presença da cúpula da campanha de Agnelo para lamentar a derrocada do governo de José Roberto Arruda (ex-DEM e sem partido). “Ele vinha realizando uma boa gestão.” Disse também que são 65 mil trabalhadores diretos, com carteira assinada na construção civil do DF, sem contar os informais. “Temos responsabilidade social com estas pessoas.”
Tadeu Filippelli lembrou sua experiência em gestão no DF, destacando a importância das entidades representativas, e celebrou sua aliança. “Essa união é real e demonstra, sobretudo, respeito pelo DF. Estamos deixando de lado a briga partidária para ter um compromisso com o resgate de Brasília.” Como empresário, Filippelli disse compreender a angústia do presidente do Sinduscon. “O empresário vive um momento de dificuldades. Ele investe, corre riscos. Por outro lado gera empregos, gera riquezas, paga impostos. Não é um mar de rosas. Nós temos nossas dificuldades.”
Com Roriz
Enquanto a dupla Agnelo-Filippelli busca reunir forças junto ao empresariado, Joaquim Roriz também articula com os ex-integrantes do governo José Roberto Arruda-Paulo Octávio. Na terça, 13, em vez de café da manhã, ele almoçou no Piantela com o PSDB, DEM e o PR, tripé que politicamente sustentava Arruda. “De acordo com uma informação do jornal “O Estado de S. Paulo”, “a união pode também contar com o ex-senador Luiz Estevão, cassado em 2000 e acusado de envolvimento na obra superfaturada do Fórum Trabalhista de São Paulo, mas cotado para ser tesoureiro da campanha”. Roriz respondeu à indagação com “Ele (Estevão) não quer. Se ele quisesse eu ia querer. É uma excelente figura. E qual o defeito dele? Para mim, não tem”, diz Roriz, candidato a governador pelo PSC. As especulações dão conta de que Arruda teria orientado os seus fiéis escudeiros, como o deputado Alberto Fraga, a se aliar com Joaquim Roriz. Fraga desmente estes boatos dizendo que visitou o amigo para conversar e não se aconselhar. “Apenas falei que seria suicídio o DEM sair sozinho, sem alianças, não teríamos chance alguma”.
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