quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A QUEDA DE ROSSO

Quando assumiu o governo, em abril deste ano, o advogado Rogério Rosso (PMDB) representava não apenas a esperança de estabilização na política do Distrito Federal — após a convulsão provocada pelo escândalo televisivo do mensalão do DEM. Jovem e promissora liderança no grupo do ex-governador José Roberto Arruda, Rosso surpreendeu a cena política ao ser eleito pela Câmara Legislativa. Ele assumiu o Palácio do Buriti, em abril, com um discurso de modernização. Prometeu não se envolver com política e tocar as importantes obras deixadas por Arruda. A esperança dos brasilienses foi reforçada não apenas pelas palavras, mas pelo fato de Rosso ter um perfil diferenciado, que o credenciaria a conduzir esse processo de modernização — até o fato de ser roqueiro contava a seu favor.

Porém, o que se viu depois foi justamente o contrário. O novo governador rebelou-se contra o comando de seu partido e resolveu bancar um projeto de reeleição. Somente a embriagez do poder poderia explicar um voo tão ousado (e mal calculado). Ao enfrentar o deputado Tadeu Filippelli na convenção do PMDB e quebrar a cara, Rosso percebeu sua real dimensão. As rédeas efêmeras do mandato tampão não foram suficientes diante da lenta costura engendrada pelo deputado. Mesmo frustrado, o governador deveria perceber que seu nome poderia ser apresentado em um momento mais apropriado. Se continuar “voando”, vai perder a hora certa de entrar na música.

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