No Distrito Federal, herdeiros tentam aproveitar histórico eleitoral de parentes.
Um sobrenome político de peso é a aposta de muitos candidatos à eleição de 5 de outubro no Distrito Federal. Eles tentam se aproveitar do espaço e os votos conquistados pelos parentes em pleitos anteriores, mesmo que o familiar tenha passado por algum escândalo político. Os herdeiros juram ter ideias próprias, mas não há como negar que o interesse na ligação direta feita pelos eleitores existe. Como foi o caso da escolha de Flávia Arruda, mulher de José Roberto Arruda, como vice na chapa agora encabeçada por Jofran Frejat — todos do PR.
O caso mais emblemático é o da família Roriz. Parentes do ex-governador acreditam que ter o sobrenome de Joaquim na urna ajuda, mas é necessário o trabalho de rua de qualquer forma. A menos de duas semanas para as eleições, a agenda de todos tem sido duplicada para atender os compromissos próprios dos postulantes. Este ano, pelo menos quatro candidatos têm algum parentesco com Joaquim Roriz (PRTB) — inelegível por causa da Lei da Ficha Limpa.
Com o mesmo sobrenome do ex-governador, estão na disputa a filha Liliane (PRTB), os sobrinhos Paulo (PP) e Dedé (PRTB), e o neto, Joaquim Domingos Roriz Neto (PMN). O último, candidato a federal, tem recebido maior apoio porque a mãe, Jaqueline, desistiu da candidatura após perder em decisões na Justiça Eleitoral. Liliane tem ajudado o sobrinho e ido às agendas e aos compromissos do candidato, o mais jovem da família, com 22 anos. “O ritmo está intenso. Redobrei a agenda. É caminhada de manhã, à tarde e à noite, visitas e reuniões. É um grande momento da vida política”, afirma Liliane, que disputa a reeleição para distrital.
A ajuda a Joaquim Roriz Neto só não tem sido mais forte do que o trabalho para reforçar a troca de chapa majoritária da coligação, de Arruda para Frejat, por causa das derrotas judiciais do ex-governador. “Temos que aproveitar esse momento, em que há rejeição ao atual governo, e intensificar os compromissos para informar com rapidez essa troca”, explica a deputada.
O atual governo também tem os familiares nas urnas. Para substituir o irmão Paulo Tadeu — ex-deputado distrital e atual conselheiro do Tribunal de Contas do DF —, Ricardo Vale (PT) tem aparecido mais nas ruas, principalmente com a colocação de cavaletes em vários pontos do DF. O comportamento é estratégico para o fim de campanha. O concorrente tem escolhido uma cidade por dia para visitar e conversar com o eleitorado. Segundo Ricardo, a tendência é aumentar ainda mais nos próximos dias. “A maioria deixa para escolher o candidato nesse momento, então, temos que aparecer mais”, diz.
CB.
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