Há razões para crer que Agnelo ficará de fora até mesmo do segundo turno. Frejat tem um potencial de crescimento maior dada a rejeição baixa. Além disso, ele aposta insistentemente na ligação de sua imagem com a do ex-presidiário Arruda – o que pode parecer ruim numa primeira análise, mas tem um efeito positivo na busca pelos votos. O candidato barrado acompanha o sucessor durante a maior parte dos atos de campanha. E, como a nova candidata a vice é Flávia Arruda, o sobrenome célebre continua fazendo parte do material de campanha.
Por isso, é provável que Frejat ainda suba nas pesquisas e deixe Agnelo Queiroz em um incômodo terceiro lugar. Frejat não é uma aposta no escuro: para o bem ou para o mal, é um político experiente. Ligado ao ex-governador Joaquim Roriz, ele foi deputado constituinte e comandou a secretaria de Saúde do Distrito Federal por quatro vezes vezes.
Já o novo favorito, Rodrigo Rollemberg, tenta se aproveitar ao máximo da popularidade de Marina Silva na capital federal. Brasília foi uma das cidades onde a candidata obteve melhores resultados em 2010. Ela ficou à frente de Dilma Rousseff e José Serra (PSDB) entre os eleitores do Distrito Federal. Agora, segundos as pesquisas, a candidata do PSB caminha para mais uma vitória na capital do país.
Rollemberg foi Secretário de Turismo do governo de Cristovam Buarque (então no PT), deputado distrital, deputado federal e chegou ao Senado em 2010, na coligação de Agnelo Queiroz. Mas o mau governo do petista e as pretensões do PSB fizeram com que Rollemberg rompesse a aliança com o governador.
Já a candidatura do governador Agnelo Queiroz é a mais frágil, apesar de ele ter a máquina pública em mão e dispor do maior tempo de TV, em uma coligação que também inclui PMDB e PP. Sem um padrinho político presente (Dilma e Lula não fizeram qualquer ato de campanha ao lado de Agnelo), o governador tem um cenário difícil diante de si. A rejeição do petista é de 45%, segundo o Ibope. Tão alta que, na simulação feita pelo Ibope para o segundo turno, ele perderia por 53 a 24% para Rollemberg e por 43% a 29% para Frejat. Mas, agora, isso é o de menos: para Agnelo, chegar ao segundo turno já seria uma vitória.
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