A respeito de decepções no processo eleitoral, os políticos mais experientes costumam dizer que “política é a coisa mais ingrata do mundo”. Eles têm razão. Em poucos dias, um determinado candidato pode assistir à ruína de seu projeto eleitoral, depois de vários anos de trabalho e dedicação. E a escolha do eleitor nem sempre é o principal motivo do desgosto. A maior decepção é provocada pelas traições. Pelas repentinas mudanças de posicionamento de cabos e generais eleitorais. A moeda mais comum nessas reviravoltas é bastante conhecida: a boa e velha perspectiva de poder. Quanto mais próximo da vitória (segundo as pesquisas), menos riscos de se decepcionar com o exército que pede votos.
O ex-governador Joaquim Roriz (PSC) está sentindo na carne as dores desse fenômeno corriqueiro em qualquer pleito. Sua candidatura à reeleição passou a ser acuada por todos os lados. É tanta pressão que não se sabe qual é o pior problema, qual dos pepinos precisa ser resolvido primeiro. O mais recente é a queda vertiginosa nas pesquisas de intenção de voto. O levantamento do Instituto Datafolha, divulgado na sexta-feira, 10, poderia ser entendido como uma bomba, mas nem se constituía como surpresa o fato do petista Agnelo Queiroz (44%) ter aparecido, agora, 11 pontos à frente de Roriz (33%). A virada de Agnelo já havia sido pressentida e decantada há pelo menos duas semanas. Os números do instituto paulista apenas consolidaram uma tendência que já estava nítida.
Na verdade, o ocaso de Roriz nas pesquisas apenas completa o estrago provocado pelos problemas do ex-governador com a Justiça Eleitoral. Desde o começo da campanha pairam dúvidas sobre a viabilidade jurídica de sua candidatura por conta da Lei da Ficha Limpa. Seus advogados vão defendê-lo até o fim, mas o estrago da desconfiança já foi feito. Mais do que a perda de eleitores, que agora já não acreditam que Roriz se viabilize, há agora aquele fenômeno pior, de traição por parte das lideranças que estão à sua volta. Sem se identificar, uma delas, das mais próximas de Roriz, resumiu essas difuculdades na semana passada:?“Roriz é o melhor nome para Brasília, pois sabe governar respeitando as diferenças sociais. Sabe articular a melhor convivência entre os dois mundos que existem em Brasília. Mas perdemos essa parada por conta da boataria imposta por nossos adversários. Precisamos, pelo menos, salvar a permanência daqueles que podem conquistar mandatos nesta eleição.
Um comentário:
Ainda bem que a candidatura de roriz segue ladeira abaixo. O DF não precisa ficar marcando passo com um político desses.
Grande abraço!!!
Obs: Bonita a virada do Palmeiras sobre o Atlético.
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