Logo após as convenções partidárias, escrevi aqui que Joaquim Roriz (PSC) poderia arrastar sua candidatura nos tribunais até 24 horas antes da eleição, momento em que poderia desistir e indicar alguém de sua coligação. Esse é o prazo legal para a substiuição de qualquer candidatura majoritária. É um ponto fraco da legislação eleitoral, que, neste dispositivo específico, visa salvaguardar postulações de acidentes graves, como a morte do titular. Só que no jogo rasteiro das eleições brasileiras, virou uma brecha para quem quer escapar dos “rigor” da Justiça.
Não deu outra. Acossado pela aplicação da Lei da Ficha Limpa, que impedia até agora o registro de sua candidatura e o levou ao Supremo Tribunal Federal, Roriz desistiu de sua postulação. Todos imaginavam que ele indicaria um substituto de sua plena confiança. Na época das convenções, falava-se na ex-governadora Lourdes Abadia (PSDB) – parte do tucanato, inclusive, contava com esse desfecho. Mas ninguém esperava que o ex-governador fosse fazer uma escolha tão, digamos, pessoal: sua mulher Weslian, que também é filiado ao PSC. A ex-primeira-dama foi confirmada candidata ao governo do Distrito Federal no início da tarde de sexta-feira, 24.
Em suas primeiras palavras como candidata, Weslian não fez a menor questão de bancar algum tipo de independência. Disse logo que, eleita, governará junto com o marido. Mostrou também que já está afiada no proselitismo político: “Sou pequenininha, mas luto como um gigante. Vou fazer o melhor governo que Brasília já teve”. Seu discurso foi acompanhado por uma plateia tensa (muita gente emocionada, chorando). Para fontes do grupo de Roriz, a indicação de Weslian renova a esperança de vitória, pois representa estabilidade no projeto.
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