Na esteira do escândalo, Hélio José disparou pesado contra Rollemberg. Além de vazar antigos ressentimentos, fez uma acusação muito grave: segundo o petista, seu companheiro de chapa estaria leiloando a vaga de suplente que deveria ser sua. Como ele disse aos jornais, a vaga estaria sendo negociada com um “milionário do ramo da química, integrante de um dos partidos da coligação”. Não apresentou provas.
A história já estava ruim neste ponto, mas acabou ficando pior. Cerca de duas semanas após a explosão do escândalo, já na metade de agosto, o caso sofreu uma reviravolta. Alegando inocência quanto às acusações de pedofilia, Hélio José decidiu refluir em sua decisão de se desfiliar e passou a lutar junto ao Tribunal Regional Eleitoral para garantir sua candidatura à suplência no Senado.
Há alguns dias, o TRE do DF decidiu manter o registro da candidatura de Hélio José. Segundo o despacho do tribunal, o pedido de desfiliação (apresentado ao diretório nacional) deveria ser feito ao diretório regional. Como isso não ocorreu, o TRE manteve as coisas como estavam antes das denúncias aparecerem. Hélio José continua na primeira suplência e não é difícil imaginar o mal estar. O petista precisa pedir votos para o titular da vaga, que foi responsável pela sua descida ao inferno da política. Rollemberg, um dos favoritos ao Senado, era cotado como candidato a ministro em um eventual governo de Dilma Rousseff. Ter um suplente com esse histórico de denúncias é motivo de sobra para sair de qualquer lista.
O imbróglio envolvendo a suplência de um dos candidatos ao Senado embaça a semana da coligação de Agnelo, que acaba de consolidar a tendência de virada sobre Joaquim Roriz (PSC). Além de mostrar boa vantagem sobre o ex-governador, as pesquisas mais recentes (como Ibope, Datafolha e Exata) revelam uma folgada margem a favor dos candidatos que estão ao lado do petista. O primeiro colocado nos levantamentos é o senador Cristovam Buarque (PDT), seguido pelo próprio Rollemberg. Na prática, o problema com Hélio José não influenciou as pesquisas em nada. Aliás, o socialista foi o que mais cresceu nos últimos estudos sobre os humores do eleitorado. Parece que segue, no Distrito Federal, uma forte onda vermelha embalada pela popularidade do presidente Lula da Silva. Até Cristovam tem surpreendido seus eleitores ao andar com Lula como se fossem irmãos siameses.
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