RORIZ É DENUNCIADO POR IMPROBIDADE

O ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC) foi denunciado ontem pelo crime de improbidade administrativa, em ação civil na 3ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do DF (TJDF). Em 2007, ele renunciou ao mandato de senador, para evitar ser cassado em um processo de quebra de decoro parlamentar pelo mesmo tipo de acusação.

Segundo informou a assessoria de imprensa do Ministério Público do DF, a ação é de iniciativa do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (NCOC). Os promotores vinham trabalhando em silêncio, o que é a prática desse núcleo, que trata sempre de investigações consideradas de natureza sigilosa.

O escândalo que forçou a saída de Roriz do Senado em 2007 foi a divulgação de uma escuta telefônica pela imprensa. No diálogo, o ex-governador discute os detalhes da partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Tarcísio Franklin de Moura.

Justificativa:

Para justificar a negociação, Roriz alegou que parte do dinheiro estava destinado à compra de uma bezerra. Por esse motivo, o episódio passou a ser chamado jocosamente de Bezerra de Ouro. A renúncia foi lida na sessão do dia 4 de julho de 2007. A saída de Roriz evitou a perda de seus direitos políticos porque sua cassação era dada como certa.

"Não temo que meu gesto seja interpretado como demonstração de fraqueza. Prefiro acreditar na grandeza que se pode colher de quem vive os fatos da História. É que, às vezes, de renúncias depende a honra do cidadão, colocada em risco, não por faltas que tenha cometido, senão pela pusilanimidade de alguns e pela voracidade de interesses políticos", discursou Roriz.

O ex-governador também é investigado em inquérito que apura o suposto uso da máquina pública em sua reeleição ao GDF em 2002. O procedimento está em andamento no TJDFT. Outro nome envolvido nesse caso é o do ex-secretário de Relações Institucionais do Durval Barbosa.