Adversários históricos no Distrito Federal, PT e PMDB vão estar juntos pela primeira vez num mesmo palanque nesta eleição na capital federal. O deputado federal Tadeu Filippelli venceu este sábado convenção do partido, que o escolheu para ser vice na chapa do petista Agnelo Queiroz.
Filippelli derrotou por 97 votos 22 o atual governador do DF, Rogério Rosso, que pleiteava o aval do PMDB para disputar a reeleição. Depois de ter o registro de candidatura rejeitado pelo próprio partido na noite de sexta-feira (18), o governador conseguiu na Justiça o direito de disputar a convenção.
Antes mesmo do anúncio oficial do resultado da convenção, um painel com a foto de Filippelli ao lado de Agnelo foi exibido. Durante a contagem de votos, os dois aguardavam juntos numa sala do CREA-DF, em Brasília.
Para Rosso, ao insistir na aliança com o PT, o PMDB perde a oportunidade de ter candidatura própria com chances de vitória. "Infelizmente o PMDB se colocar como ator coadjuvante", reclamou Rosso, que contou com a ajuda de Filippelli para ser eleito governador em abril --após as renúncias do então governador José Roberto Arruda (ex-DEM) e do vice, Paulo Octávio (ex-DEM), ambos investigados por comandarem um esquema de corrupção.
Filippelli, por sua vez, afirma que as ações políticas de Rosso nos primeiros 60 dias de governo foram equivocadas, prejudicando uma coalizão que possibilitaria o PMDB encabeçando uma chapa na disputa pelo Palácio do Buriti. Além disso, ao defender a vaga de vice na candidatura do petista Agnelo Queiroz, Filippelli diz estar respeitando um entendimento do PMDB nacional.
Protagonistas de embates históricos, PT e PMDB foram adversários em todas as eleições do Distrito Federal desde 1990. Questionado se será possível acabar com a rivalidade dos filiados, Filippelli diz já foi "superado o maior desafio" que era costurar a aliança. Expulsão
Apesar de garantir que o PMDB-DF não ficará rachado após as convenções, Filippelli foi categórico em dizer que o governador desonrou o compromisso de não se candidatar, firmado durante as eleições indiretas.
Por terem insistido em participar da convenção, o governador Rogério Rosso e a vice Ivelise Longhi vão enfrentar um pedido de expulsão dos dois no Conselho de Ética do PMDB.
"É perfeitamente normal uma mudança de opinião quando interesses particulares se sobrepõem aos coletivos", justificou Rosso, dizendo que rompe "quantos acordos forem necessários se perceber que estão prevalecendo interesses individuais"
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