JORNAL OPÇÃO:
Não é apenas o secretário de Governo do Distrito Federal, Paulo Tadeu, que está na corda bamba. O governador Agnelo Queiroz (PT) deve fazer uma minirreforma administrativa antes mesmo de completar seis meses de gestão. Estão na lista para serem substituídos nos próximos dias o secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, o de Desenvolvimento Econômico, Jacques de Oliveira Pena, e o da Juventude, Fernando Nascimento Silva Neto. O deputado distrital Chico Vigilante (PT) nega as mudanças e diz que Paulo Tadeu e José Walter — que já foi presidente da Celg — são “imexíveis”. Mas não é o que se ouve dentro do Palácio do Buriti.
A mudança precoce no governo reforça a impressão de que a administração petista está totalmente sem rumo e o argumento da “arrumação da casa” já não convence os brasilienses. E não é só a população que reclama de Agnelo. Ele não consegue agradar nem aos próprios aliados. Na Câmara Distrital, a cada dia, a relação entre Executivo e Legislativo se deteriora mais. O culpado é o governador, que não recebe nem atende aos parlamentares, mas o bode expiatório da crise será Paulo Tadeu. O deputado, que recebeu superpoderes de Agnelo, se mostrou um péssimo articulador político. Não há deputado que não queira sua cabeça: Paulo Tadeu é malquisto inclusive entre os parlamentares petistas.
Chico Vigilante diz que não há crise no governo do Distrito Federal. “Recebemos uma cidade completamente destruída e estamos colocando em ordem.” Ele garante que o governo tem 14 dos 24 deputados fechados e que as constantes reclamações dos parlamentares em relação ao tratamento recebido do Palácio do Buriti não implicam infidelidade. “Não teve um único projeto do Executivo que não foi aprovado.” Mas até agora todo apoio ao governo foi negociado no varejo porque Agnelo não tem base fiel na Câmara. A indicação de Eliana Pedrosa (DEM) para a presidência da CPI do Pró-DF comprova que o governo não transita com tanta desenvoltura no Parlamento como Vigilante afirma.
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