terça-feira, 6 de setembro de 2011

MUDANÇAS À VISTA

Em meio a uma minirreforma no secretariado ocorrida na semana passada, o governador Agnelo Queiroz (PT) estuda novas mudanças no setor de obras. Depois de substituir o secretário da área, o chefe do Executivo planeja trocar a presidência da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), órgão responsável pela execução dos projetos de infraestrutura urbana no Distrito Federal. Indicado pelo vice-governador Tadeu Filippelli, Maurício Canovas, atual presidente, deve ser trocado por alguém com bom trânsito no setor produtivo. Um dos nomes cotados é o ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon) Juvenal Batista Amaral.

Canovas deve ficar afastado por um longo período porque está em tratamento de saúde. Por isso, Agnelo começou a tratar da substituição, que deve ocorrer esta semana, antes mesmo de Filippelli retornar de viagem. Ele está fora do país e volta a Brasília apenas a partir do próximo dia 11. Juvenal é empresário da construção e sua empresa, a Polígono Engenharia, tem contratos com o Governo do Distrito Federal.

Como na troca de Luiz Pitiman por Oto Silvério Guimarães na Secretaria de Obras, a eventual alteração na Novacap não deixará Filippelli totalmente insatisfeito. Ainda integrante da diretoria do Sinduscon-DF, Juvenal mantém uma boa relação com o vice-governador, desde os tempos em que foi presidente da entidade.

Aos poucos, Agnelo vai mudando a cara de seu governo. No primeiro escalão, ele já mexeu em quatro secretarias. O primeiro a deixar o cargo foi o delegado aposentado da Polícia Federal (PF) Daniel Lorenz. Ele saiu da Secretaria de Segurança alegando pressões de deputados ligados à área de segurança pública. Em seu lugar, entrou o também delegado da PF Sandro Avelar.

Na área de segurança, ainda há pressões para remanejamentos. Dois delegados — Onofre de Moraes, chefe da 3ª Delegacia de Polícia (DP), no Cruzeiro, e Maurílio de Moura Lima, chefe da Segurança da Câmara Legislativa — sempre são lembrados para suceder Mailine Alvarenga na direção da Polícia Civil do DF. Ainda existe um movimento para substitui-la, mas o governador Agnelo Queiroz a tem mantido com liberdade de atuação.

O governador Agnelo Queiroz também pode fazer alterações no Departamento de Trânsito (Detran-DF). O presidente do órgão, José Alves Bezerra, já comentou com pessoas próximas que deve deixar o governo, segundo relato de um interlocutor.

Educação

Com a mudança na Secretaria de Educação, Agnelo fez remanejamentos internos que renderam pendência. O então secretário de Administração, Denilson Bento da Costa, foi escolhido sucessor da professora Regina Vinhaes na pasta, abrindo vaga em seu gabinete. O ex-presidente regional do PT Wilmar Lacerda ficou no lugar de Denilson e abriu um espaço a preencher, o de subsecretário de Coordenação da Articulação Parlamentar, função que vinha sendo exercida pelo petista.

O cargo é importante pela relação com a Câmara Legislativa. Segundo pessoas próximas a Agnelo, há uma reivindicação de distritais sobre o perfil do novo negociador político, alguém que tenha identidade com o governador, com o poder de falar em nome dele. Outra queixa de deputados se refere às aspirações políticas. Os parlamentares preferem alguém que não tenha desejo de concorrer às eleições. Essa meta levaria, segundo distritais, a uma disputa de espaço e de poder que um coordenador parlamentar não poderia ter. A decisão só deve sair na próxima semana quando Patrício (PT), presidente da Câmara, retornar do Canadá, para onde embarcou no último sábado para missão oficial em Quebec.

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