quarta-feira, 12 de maio de 2010

FIM DE SEMANA DECISIVO PARA PETISTAS


Chegou a hora da verdade. No próximo fim de semana, o PT vai decidir formalmente se aceitará o PMDB, grande adversário nas últimas cinco eleições, como parceiro na disputa ao Executivo local. Os petistas discutirão em encontro regional, no auditório da Legião da Boa Vontade (LBV), o arco de alianças para o pleito de outubro. Os delegados da legenda vão dizer se aceitam ou não no Distrito Federal as siglas que seguirão com a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Na prática, será uma decisão sobre a possibilidade de ter um peemedebista como vice na chapa encabeçada por Agnelo Queiroz. O nome mais provável é o do presidente regional do PMDB, Tadeu Filippelli.
A discussão vai atear fogo no encontro do PT. A expectativa é de que haja um racha entre os 350 delegados pela controvérsia da proposta inédita na capital do país. A Articulação, maior corrente do partido, e todas as tendências que formavam o antigo Campo Majoritário do PT seguem a orientação nacional e defenderão uma aliança ampla, ou seja, que seja permitida a parceria com o PMDB. “Queremos formar uma grande frente contra (Joaquim) Roriz”, afirma o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo.


Desse conjunto de correntes considerado à direita do PT, apenas o grupo liderado pelo deputado distrital Chico Leite é contra a aliança com o PMDB. “Faço política por princípios e temos muitas diferenças que não mudaram”, explica o petista. A esquerda do partido, que tem como principais expoentes o líder da bancada do PT na Câmara Legislativa, Paulo Tadeu, e a ex-vice-governadora Arlete Sampaio, se reúne amanhã para tomar uma decisão sobre o assunto.

Na quinta-feira, a corrente Movimento PT, do deputado federal Geraldo Magela, fecha posição. Em Goiânia, onde a tese de aliança entre petistas e peemedebistas foi aprovada em 2008 na campanha municipal, o apoio da tendência de Magela, liderada em Goiás pelo deputado estadual Luís Cesar Bueno, foi decisivo numa disputa acirrada que deixou o partido rachado. Com o PMDB, maior partido do país e com maior representação na Câmara dos Deputados, o PT ganha tempo de televisão e estrutura, mas pode ter problemas para se explicar à militância.

De acordo com petistas, no DF, a ideia enfrenta grande rejeição nas bases da legenda. Há uma resistência em seguir na campanha com o grupo que já foi do ex-governador Joaquim Roriz, hoje no PSC, e também com os peemedebistas sob investigação na Operação Caixa de Pandora: os deputados distritais Eurides Brito, Benício Tavares e Rôney Nemer, além de Fábio Simão, ex-chefe de gabinete de José Roberto Arruda, todos apontados pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa como beneficiários de mesada em troca de apoio político.

O número

350 - Quantidade de delegados regionais do PT

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