segunda-feira, 8 de agosto de 2011

CRISTOVAM

JORNAL OPÇÃO:

Engana-se quem pensa que a indicação do engenheiro civil Oto Silveira Guimarães Júnior para a Secretaria de Obras do DF teve o dedo do senador Cristovam Buarque (PDT). Apesar de Oto Silveira, no passado, ter participado do governo de Cristovam — foi diretor do Departamento de Programação e Controle de Obras (DPCO) da Secretaria de Obras, entre 1995 e 1996 e presidiu a Novacap de 1997 a 1998 —, o senador diz que não foi consultado sobre a indicação e que não conversa com o engenheiro há 14 anos. “Acho até interessante alguém que trabalhou no meu governo ser escolhido, mas é só isso”, afirma o senador, que soube da indicação pelo vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). “Ele me ligou para comunicar porque é muito mais educado que o resto da turma do governo.” Filippelli é um constante interlocutor de Cristovam.

Antes da escolha de Oto Silveira, foi aventada a indicação de José Humberto Matias de Paula, outro ex-secretário do governo de Cristovam e que tem uma relação muito mais próxima com senador do PDT. Mas nem com a eventual nomeação de José Humberto — assim como a indicação dos amigos Arlete Sampaio, para a Secretaria de Desenvolvimento Social, e Rubem Fonseca, para a presidência da Companhia Energética de Brasília — Cristovam se sentiria contemplado no governo de Agnelo Queiroz (PT). “Nunca fui consultado para nenhuma indicação.”

Sendo assim, a presença de Oto no governo não aproxima nem afasta Cristovam de Agnelo. “Se o governador indicou Oto Silveira pensando em se aproximar, ele é muito menos preparado politicamente do que eu pensava.” Na opinião do senador, se a intenção de Agnelo era essa, ele cometeu uma grosseria por escolher sem consultar e falar em aproximação. A relação entre Agnelo e Cristovam foi abalada justamente por essa falta de diálogo. O senador participou ativamente da campanha e, depois que Agnelo assumiu, simplesmente ignorou Cristovam. O senador faz duras críticas ao governo Agnelo, que segundo ele ainda não começou a governar e está mais preocupado com a Copa do Mundo do que em cumprir as promessas de campanha.



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