domingo, 28 de novembro de 2010

VIDA FÁCIL NA CÂMARA

O governador eleito Agnelo Queiroz (PT) contará com uma maioria folgada na Câmara Legislativa, com votos de pelo menos 15 dos 24 deputados distritais. Essa situação pode ficar ainda melhor, nos primeiros meses do governo, dependendo das decisões do petista e de desdobramentos na articulação com partidos que, por enquanto, devem se manter na oposição. No serpentário político consideram que o novo governador também deve surfar em uma conhecida tradição adesista da Câmara. Muitos dos distritais eleitos e reeleitos possuem interesses diretos com a administração e, neste jogo, não convém a nenhuma das partes qualquer tipo de enfrentamento mais contundente.
 
O bloco de oposição deve mesmo ficar centrado no grupo ligado ao ex-governador Joaquim Roriz. Além de sua filha Liliane, eleita pelo PRTB, o grupo conta com outros três parlamentares - Washington Mesquita (PSDB), Wellington Silva (PSC) e Celina Leão (PMN). No entanto, Celina, que foi secretária da Juventude de Roriz e destaque no palanque do seu tutor político, pode aderir ao governo a qualquer momento. Benedito Domingos (PP), outro antigo aliado de Roriz, deve ficar no bloco dos que dariam um boi e uma boiada para não confrontar o governo.
 
O PR também deve embarcar na administração do petista. Pela proximidade com o governo Lula (eles ocupam o Ministério dos Transportes), os republicanos foram cortejados por Agnelo antes das convenções partidárias. Mas a sigla acabou no colo de Roriz. O deputado federal Jofran Frejat foi o candidato a vice do ex-governador. O apoio ao ex-governador nas eleições passou por uma pesada negociação com a cúpula nacional, com a participação do ex-presidente da legenda, Valdemar Costa Neto. Agora, neste período de transição, o PR foi um dos primeiros a bater o pé para manter seu espaço na gestão de Dilma Rousseff. A aposta é que fará a mesma coisa em Brasília. O PR elegeu apenas um distrital, Aylton Gomes, que é um dos envolvidos no escândalo da Caixa de Pandora.
 
A tendência, portanto, é de que Agnelo comece o governo com bom apoio do Legislativo, podendo se dedicar com mais tranquilidade aos (grandes) pepinos administrativos que tem pela frente. Com o tempo, no entanto, é possível que o novo governador tenha de negociar. O GDF é uma máquina inchada, com cerca de 20 mil cargos comissionados. Para viabilizar sua administração, o petista terá de operar nesse terreno politicamente delicado - uma das reações mais comuns de quem está nesses cargos é procurar um deputado distrital para firmar novas parcerias políticas.
 

Um comentário:

MÁRCIA REGINA DE OLIVEIRA disse...

AGNELO NÃO PODE DORMIR NO PONTO, ALÉM DE PEGAR UM DF QUEBRADO, TERÁ QUE VIGIAR OS PRÓPRIOS PARTIDÁRIOS PARA NÃO FAZEREM BESTEIRAS.