sábado, 10 de março de 2012

BERGER, A DILMA DE AGNELO


O governador Agnelo Queiroz (PT) resolve alguns de seus muitos problemas com a vinda de Swedenberger Barbosa, o Berger, para ocupar a Casa Civil do Governo do Distrito Federal (GDF), recriada para dar um novo folêgo a paralisada máquina pública.

Berger atualmente é secretário-executivo adjunto da Secretaria-Geral da Presidência da República. Não gostou de sair de lá. Mas foi convencido em nome do projeto do partido. A vinda para o GDF começou com a adesão de Agnelo a Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior corrente interna do Partido dos Trabalhadores (PT). Dentro da CNB existe um grupo majoritário denominado Articulação, onde seus principais representantes são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, além de Ricardo Berzoini, José Genoíno, Luiz Dulci e Marco Aurélio Garcia, além do próprio Berger.

A presidente Dilma, que também é da Articulação, foi a primeira a avisar a Berger que ele teria que cumprir uma missão no GDF. Mas o martelo só foi batido depois que o novo chefe da Casa Civil recebeu o pedido diretamente de Lula, numa reunião que aconteceu em São Paulo.

Esse grupo é que dará o apoio necessário para que Agnelo governe com mais tranquilidade, mas para que isso aconteça a fatura é alta. Comando de secretarias e de estatais estão sendo entregues a representantes da Articulação. É o preço da proteção.

Quem não gostou dessa história foi o secretário de Governo Paulo Tadeu (PT), que vê o seu poder esvaziar-se. Os grandes projetos capitaneados pelo GDF e que irão movimentar bilhões de reais escorregaram pelas mãos de Paulo Tadeu, que não é de corrente nenhuma, mas promete há quatro anos aderir a Democracia Socialista (DS), a mesma da deputada Arlete Sampaio (PT).

Nem Paulo Tadeu esperava ter esse poder todo no governo Agnelo. A concentração de funções aconteceu aos poucos e ele foi tomando gosto. Resultado: construiu muitas insatisfações na base aliada e as críticas não demoraram a aparecer.

O secretário de Habitação, Geraldo Magela, que recebeu um baque com a criação da Secretaria de Regularização de Condomínios, é solidário com Tadeu e sabe o que o companheiro petista deve estar sentindo nesse momento.

A Secretaria de Governo ficará com a articulação política, mas nem todos os projetos serão transferidos para a Casa Civil. O vice-governador Tadeu Filippelli conseguiu abocanhar pelo menos um dos maiores projetos em andamento no GDF: a construção do novo Centro Administrativo, que vai gerir centenas de milhões de reais.

Filippelli reclama muito de falta de espaço no Executivo, mas na verdade não deveria ter muito do que reclamar. Não apenas o Centro Administrativo saiu da Secretaria de Governo e foi parar na Vice-Governadoria. Sob seu comando estão outros projetos importantes, como o novo sistema de transporte público e a revitalização do Eixão.

Berger não será um interventor do Governo Federal e do PT. Nem a tábua de salvação do governo Agnelo. Ele será o gerente do Palácio do Buriti, para dar efetividade as ações do Executivo. Trará também uma equipe de confiança descontaminada da política local. Berger será a Dilma de Agnelo.

Fonte: Jornal da Comuinidade

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