segunda-feira, 29 de março de 2010

IMPASSE NA CÂMARA

O ato que convoca eleição indireta para preencher os cargos de governador e vice-governador do DF estabelece regras para as candidaturas. O assunto gerou discussão em sessão extraordinária realizada na manhã de hoje (29), após o deputado Chico Leite (PT) defender que nenhum colega se candidate aos cargos.
Para Leite, a Casa deve gerenciar o processo eleitoral mas não deve ter deputados candidatos, criticando as possíveis inscrições do governador em exercício, Wilson Lima, e do distrital Aguinaldo de Jesus (PRB): "Os candidatos devem estar acima de embates partidários". Segundo o petista, essa é uma forma de ajudar a impedir possíveis influências nas eleições de outubro.
Apesar de negar sua candidatura a governador na eleição-tampão, Aguinaldo defendeu a possibilidade de deputados concorrerem: "Quem não pode se candidatar agora não pode disputar nenhum outro cargo político".
O deputado Milton Barbosa (PSDB) também discordou de Leite e questionou o porquê de a Câmara abdicar a indicação de um nome. "Aqui também há pessoas honradas e capazes de ajudar a contornar a crise", disse.
"Não é que não tenhamos capacidade", rebateu a distrital Jaqueline Roriz (PMN). Para ela, o fato de não contar com a candidatura de pessoas da Casa tende a oferecer mais isenção às eleições. "Defendo que o nome dos concorrentes seja da área jurídica ou do Tribunal de Contas, por exemplo", concluiu.
Propostas - O deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) disse que, apesar de não ser possível impedir a candidatura de nenhum cidadão, é importante que os interessados não tenham preocupações eleitorais para o final do ano, de forma a afastar qualquer possibilidade de interferência durante o mandato-tampão. Como sugestão, Ribeiro apresentou a ideia de a Casa organizar um debate com os candidatos, alertando a cada um a respeito dessa preocupação.
Ainda sobre as regras para os candidatos, surgiu em plenário a proposta de adicionar o item "Ficha Limpa" aos requisitos da eleição. Entretanto, o presidente em exercício da Câmara, deputado Cabo Patrício (PT), negou essa possibilidade, visto que o projeto ainda está em tramitação no Congresso Nacional.

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