domingo, 14 de março de 2010

O SILÊNCIO DE RORIZ

Roriz sabe, por experiência, que nave ga em águas turbulentas e que, se não segurar firme no leme, o barco po de afundar. Por isso ele se mantém em silêncio como se estivesse num mos­teiro: contrito e reflexivo. 

O ex-governador sabe que terá muita turbulência em sua rota rumo ao Buriti e, precavido, guar­da na ponta da lín gua a resposta de que teria recebido do empresário Nenê Constantino, R$ 2,2 mi lhões pa ra facilitar um negó cio, conforme a ação de improbidade administrativa do Minis­tério Público, de que “o dinheiro foi um empréstimo de R$ 300 mil para comprar uma bezerra”. Roriz teria recebido o cheque descontado e retirado os R$ 300 mil, en tregando o restante a Constantino em 20 dias. De acordo como por ta-voz do ex-governador, jornalista Paulo Fo na, já faz três anos que es tão investigando Joaquim Roriz e não descobriram nenhuma irregularida de ainda. “Vê-se clarmente que os promotores estão perdidos.” 

O jornal “O Globo” publicou na semana passada que os promotores que investigam o caso sustentam que Roriz teria recebido os R$ 2,2 milhões de Nenê Constantino, para facilitar um negócio de R$ 44 milhões. Pelas investi gações dos promotores, Roriz recebeu o dinheiro em março de 2007, quando era senador pelo PMDB. Os negó cios que resultaram numa expressiva valorização do terreno tiveram início em 2006, período em que Roriz estava à frente do governo do Distrito Federal. Em julho de 2007, um mês de pois de o caso ter se tornado público, Roriz renunciou ao mandato de senador. “A ação por improbidade contra o ex-governador está prati­camente pronta”, disse um dos investigadores do caso. 

Mesmo demonstrando tranquilidade, Roriz articula para que esta denúncia não se transforme num teatro político e venha a prejudicar sua candidatura. Advogados do ex-governador acompa­nham com lupa os movimentos de bas tidores. 

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