A onda de denúncias que invadiu o Distrito Federal depois da divulgação de um vídeo no qual a deputada Jaqueline Roriz (PSC) recebe dinheiro do delegado Durval Barbosa, operador do mensalão do DF, emperrou a Câmara e o governo do Distrito Federal. Mais nada anda. Parece que os políticos do DF estão catatônicos, na expectativa da próxima vítima. A primeira foi a deputada Celina Leão (PMN), alvo de um pedido de investigação por parte do deputado Chico Vigilante, do PT, antigo desafeto. Ele pediu que a Câmara investigasse a possível participação de Celina, que era chefe de gabinete de Jaqueline, no mesmo esquema de corrupção. A deputada deu o troco na mesma moeda. Levou à mesa diretora a denúncia que teria sido encaminhada à Comissão de Ética, que ela preside, de que Chico Vigilante teria recebido R$ 25 mil como doação de campanha da empresa Engebrás, a mesma envolvida na denúncia da indústria da multa e que, em fevereiro deste ano, renovou contrato com o Detran-DF.
Logo depois foi a vez do deputado Chico Leite (PT) se ver no olho do furacão. O ex-governado José Roberto Arruda afirmou à Justiça que o deputado petista participou do esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. As denúncias não atingiram só a Câmara. Durval Barbosa disse em depoimento à Promotoria do DF que encaminhou repasses de R$ 80 mil mensais a Alírio Neto (PPS), secretário de Justiça do GDF. Nos bastidores, dizem que um secretário do GDF e o presidente da Câmara, deputado Cabo Patrício, serão os próximos a serem denunciados por Arruda.
Apesar de atingir o coração do PT do DF, a onda de denúncias acaba favorecendo o governador Agnelo Queiroz (PT), que terá, nos próximos dias, que apresentar um balanço dos primeiros cem dias do governo. Ele não tem o que mostrar, segundo um deputado. “A saúde, mesmo em estado de emergência, não melhorou, nem a educação e muito menos o transporte e a cidade está imunda, cheia de buraco e mato alto”, diz um político. É bom que o foco esteja nas denúncias, o que também justificaria o paradão do GDF. Nada anda “por causa dos deputados”.
Colaborou: Fause Moufarrege
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