O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa cancelou o depoimento que faria na quarta-feira (4/5), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Ele seria ouvido como “colaborador” no processo de cassação por quebra de decoro contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF). A reunião estava prevista para as 14 horas.
No ofício encaminhado ao Conselho de Ética, os advogados Dante Teixeira Maciel Júnior e Margareth Maria de Almeida alegam que “informes indicam haver movimentação” na Câmara para constranger Durval durante o seu depoimento. Sem citar nomes, os advogados afirmam que fariam parte desse grupo deputados que tiveram seus nomes citados nos depoimentos que Barbosa deu na Polícia Federal e no Ministério Público, por conta das investigações da Operação Caixa de Pandora.
Barbosa fez uma série de gravações de pessoas ligadas ao governo e parlamentares da Assembleia Legislativa recebendo dinheiro em espécie entregues por ele, inclusive o então governador José Roberto Arruda, que foi obrigado a deixar o DEM também renunciou ao governo do DF.
A Operação Caixa de Pandora, da PF, apurou uma série de casos de corrupção no então governo, inclusive compra de votos de aliados. O episódio ficou conhecido como mensalão do DEM.
Segundo Dante Teixeira Júnior e Margareth Almeida, esses parlamentares estariam “insatisfeitos” com as investigações. Esses deputados, acrescentam os advogados no ofício, teriam como objetivo “constranger o colaborador [Durval Barbosa] visando, de forma oblíqua, a atingir o seio das diligências ainda em curso”.
No documento protocolado às 17h37 de ontem (28), eles argumentam ainda que o vídeo em que Jaqueline Roriz aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa “é autoexplicativo”. Foi a divulgação da filmagem pela imprensa que levou o conselho a abrir processo de cassação contra a deputada.
Os advogados ressaltam que as declarações feitas por Jaqueline Roriz, após a divulgação do material, não contestou “em nenhum momento” a conversa com Durval durante a gravação. Eles alegam que “os fatos incontroversos” tornam desnecessária a presença do cliente no Conselho de Ética
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