Brasília é o Brasil. Se alguém queria uma capital para bem representar o País, aí está. Em suas virtudes e vícios. Em sua beleza e mazelas. Em seus bons e maus exemplos.
Ela foi planejada na época em que o planejamento tinha se tornado algo muito importante. E como tudo o que é planejado, teve suas regras desfeitas pela atividade humana e desumana, com a ação ou inação dos governos.
Brasília foi formada por gente vinda do país inteiro. Os construtores, apelidados de candangos, vieram sobretudo do Centro-Oeste, do Nordeste e de Minas Gerais. Os cariocas foram trazidos das repartições da velha capital. Os comandos militares e o Congresso completaram o quadro, trazendo pessoas de todos os Estados.
Os “políticos de Brasília” são políticos do Brasil. Os do Distrito Federal são meros 1,55% dos deputados e 3,7% dos senadores. Como na representação de qualquer outra unidade da federação, há gente séria e picaretas, políticos por vocação e políticos por profissão. Uns ajudam o País. Outros ajudam a atrapalhar.
Mas, Brasília, ainda assim, é um exemplo. Um exemplo do quanto os planos são bem vindos se transformam problemas complexos em soluções simples. Do quanto os governos são fundamentais para que essas soluções práticas se renovem o tempo todo, evitando que as condições de vida decaiam. E se tornou exemplo do quanto a política, patrocinada pelo capital, se torna uma empresa que produz corrupção em larga escala.
É disso que se trata quando falamos de Brasília e do Brasil. A cidade é apenas a vitrine que expõe, de forma concentrada e desconcertante, o que há de melhor e de pior na república brasileira. Qualquer solução a ser trilhada também requer um olhar de 360° e encarar a encruzilhada que define o traçado da Capital.
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