Abandonado à própria sorte pelo Palácio do Planalto, sob ameaça
de ser convocado pela CPI do Cachoeira, o governador do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz (PT), enfrenta debandada de aliados. Nos próximos dias, dois partidos
importantes da base - PSB e PPS - devem anunciar seu desembarque do governo,
seguindo o caminho do PDT.
Crítico dos rumos do governo e ressentido com o espaço que
ocupa, o PSB chegou a marcar sua saída na semana passada, mas cedeu a um apelo
de Agnelo. Adiou a decisão por dez dias, período em que consultará diretórios. A
tendência é que a legenda devolva duas secretarias e 52 cargos de confianças.
'Discutir a saída é sinal de que há uma insatisfação grande', resumiu o senador
Rodrigo Rollemberg, maior liderança local do partido.
Na esperança de seduzir a base com maior oferta de cargos,
Agnelo passou a última sexta-feira em frenéticas negociações até conseguir o
adiamento. Apelou até para o presidente nacional do partido, o governador
Eduardo Campos (PE), que liberou os correligionários locais para decidirem
livremente. 'Nossa crítica não é oportunista', explicou Rollemberg. 'Desde o
final do ano passado discutimos nossa relação por se tratar de um governo
dominado por forças conservadoras e com problemas sérios de gestão'.
O porta-voz do governo, Ugo Braga, minimizou as críticas de
Rollemberg. A seu ver, ele 'é candidato antecipado à sucessão e está no seu
papel'. Ele crê que a maioria do partido não o acompanhará.
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