quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DEPUTADOS DO DF GASTARAM R$ 1,6 MILHÃO EM 2010

Os oito deputados federais pelo DF gastaram R$ 1,6 milhão no ano passado com despesas com telefone, alimentação, correios e locação de carros. São recursos da chamada verba indenizatória, a que todo parlamentar tem direito.

O então deputado Laerte Bessa (PSC) foi o campeão em gastos. Em 12 meses, ele usou R$ 288 mil. A maior parte em locação de veículos, que foi turbinada após as eleições. Até outubro, Larte gastava, em média, R$ 5 mil por mês com o serviço. No fim do ano, a despesa aumentou para R$ 13 mil - o suficiente para locar 16 carros populares, segundo tabela das locadoras.

O deputado reeleito Geraldo Magela (PT) aparece em segundo lugar entre os que mais gastaram. Foram R$ 274 mil. Desse total, R$ 107 mil foram usados em contas telefônicas; R$ 11 mil só em setembro. Magela e a assessoria poderiam ficar 115 dias ao telefone sem desligar, se a ligação fosse local.

O terceiro da lista é Augusto Carvalho (PPS), suplente nesta legislatura. Em 2010, usou R$ 167 mil da cota indenizatória, boa parte em correspondências. Em março, gastou R$ 26 mil com os correios. Esse valor daria para postar 37 mil envelopes ou cartões simples. Augusto Carvalho disse que, em março do ano passado, precisou gastar tanto com cartas para avisar aos eleitores que havia retornado para a Câmara, depois de um período no cargo de secretário de Saúde.

Magela explicou que o telefone é fundamental para o gabinete porque é um instrumento de comunicação com os eleitores. Laerte Bessa explicou que os gastos com aluguel de carro aumentaram no fim do ano porque ele teve que quitar dívidas com a locadora que se arrastavam desde o início do mandato.

Gastos curiosos
Outros três parlamentares também aproveitaram quase tudo a que tinham direito com despesas curiosas, como alimentação. O que foi gasto num mês daria para pagar mais de cem refeições em um restaurante da Câmara.

O ex-deputado federal Tadeu Filippelli (PMDB), hoje vice-governador, usou R$ 254 mil da verba e ficou em quatro lugar na lista dos gastadores. Em gasolina, foram R$ 42 mil, o que, num carro popular, daria para ir e voltar a Goiânia todos os dias do ano. Por coincidência, todas as notas de gasolina são do mesmo posto e do mesmo valor, R$ 3,510 mil.

Já as despesas do ex-deputado Alberto Fraga (DEM) somaram R$ 223 mil, a maior parte para pagar consultoria e aluguel de veículos. Com o detalhe de que, dos R$ 83 mil em consultoria, R$ 18 mil foram usados em dezembro, quando a Câmara passou boa parte do tempo em recesso.

Jofran Frejat (PR) usou R$ 161 mil, sendo que os gastos com alimentação chamam atenção. Em janeiro, por exemplo, quando o Congresso Nacional estava em recesso, foram mais de R$ 2,3 mil, o que, numa das churrascarias mais caras de Brasília, pagaria 30 rodízios ou 157 refeições no restaurante perto do plenário, na Câmara.

Frejat disse que não se lembra porque gastou tanto com comida em janeiro do ano passado, mas garantiu que sempre usou a verba de forma responsável. Alberto Fraga explicou que pagou por consultoria no período de recesso porque o contrato era de um ano. A assessoria de Tadeu Filippelli informou que o deputado abastece na mesma rede de postos há 16 anos. Por isso, as notas fiscais são do mesmo lugar. Quanto ao valor gasto, segundo a assessoria, tudo foi atestado e aprovado pela Câmara.

Econômicos
A gente viu os campeões em despesas, mas teve deputado que fez o mesmo serviço gastando bem menos. Rodrigo Rollemberg (PSB), que deixou a Câmara e assumiu vaga no Senado, gastou R$ 120 mil, menos da metade do primeiro colocado da lista. Rollemberg declarou R$ 51 mil com despesas de telefone e R$ 31 mil com manutenção do escritório político.

Já o ex-deputado Rodovalho usou R$ 17,2 mil no ano todo, a maior parte em ligações telefônicas.

Um comentário:

PEDRO ALCÂNTARA disse...

MUITO DINHEIRO E POUCOS RESULTADOS REAIS NA VIDA DO CIDADÃO, PRINCIPLAMENTE DOS MENOS FAVORECIDOS.