segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

MAIS UMA DO PC DO B I

Em uma casa no Novo Gama funciona o Instituto de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, que recebeu dinheiro do programa Segundo Tempo para oferecer atividades esportivas a jovens carentes. Mas, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o projeto não foi implementado na cidade.

A reportagem denunciou o mau uso do dinheiro repassado pelo programa de inclusão social do Ministério do Esporte. O recurso para investimento em núcleos de práticas esportivas em áreas carentes teriam ido para ONGs de fachadas e projetos fantasmas.

Segundo o jornal, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, entregou o programa ao partido dele, o PC do B, R$ 30 milhões teriam sido distribuídos no ano passado a entidades ligadas a dirigentes e aliados do partido, inclusive no DF e Entorno.

Uma associação na QNQ 7, da Ceilândia Norte, foi uma das contempladas com dinheiro do ministério. O escritório da Ação Solidária e Inclusão Social funciona nos fundos de um lote. Moradores da quadra confirmam que, antes das eleições de outubro, os responsáveis pela entidade chegaram a cadastrar crianças para atividades do Segundo Tempo em dez núcleos da cidade.

“Iria começar em uma semana, mas até agora nada”, fala um garoto. “Ter uma atividade para as crianças fazerem é melhor do que ficar jogado na rua”, indica uma senhora.

A associação é comandada pelo casal Ronaldo Firmino da Silva e Gláucia Nunes. Os dois são citados no blog do vice-presidente do PC do B no DF, Apolinário Rebelo, que se candidatou a deputado distrital nas últimas eleições. De acordo com o site, o casal teria cedido a casa onde uma galinhada foi oferecida para apresentação do candidato, em agosto.

Ronaldo e Glaucia negam tanto a participação no encontro como o apoio a qualquer candidato. Eles mostram o certificado de capacitação para o desenvolvimento do programa. O casal assinou o convênio em dezembro de 2009 no valor de R$ 353 mil. Metade foi liberada em maio do ano passado.

O dinheiro está aplicado em poupança, numa conta convênio - monitorado pelo governo federal - para pagamento dos professores e compra do lanche dos alunos. “Esse dinheiro aplicado está na conta, rendendo até hoje e esperando uma ordem de início do ministério para ser iniciado o processo de execução do projeto”, fala Ronaldo Firmino, da Associação Ação Solidária e Inclusão Social.

A Controladoria Geral da União já detectou diversas irregularidades no Segundo Tempo, como inadequação na escolha das ONGs e falhas na execução dos projetos, problemas que exigiram a reformulação do programa.

Desde 2007, o dinheiro repassado só pode começar a ser usado com a autorização do Ministério do Esporte. Para isso, as entidades conveniadas precisam ter cumprido todos os procedimentos preliminares exigidos.

O ministério do Esporte nega favorecimento político. Diz que a maioria dos 251 convênios vigentes foi assinada diretamente com prefeituras e governos estaduais, somente 36 com ONGs - escolhidas por critérios técnicos definidos no manual do programa.

“São diretrizes que preveem a capacidade técnica e operacional que as entidades têm que demonstrar para fazer jus ao processo de formalização dos convênios”, afirma Waldemar de Souza, secretário executivo do Ministério dos Esportes.

Em relação ao convênio firmado com a Associação Ação Solidária e Inclusão Social, o Ministério do Esporte disse que ainda não há previsão para o início do projeto na Ceilândia. Segundo nota do ministério, a instituição não fez o cadastramento dos beneficiados e ainda não cumpriu todos os procedimentos exigidos.

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