Composição da equipe de auxiliares é um campo minado para qualquer governante ao assumir as rédeas do poder. É um clichê verdadeiro dizer que a lua-de-mel da vitória eleitoral tem prazo curto de duração justamente pela dor de cabeça da distribuição dos espaços na administração – que se inicia ainda em meio ao foguetório das comemorações. No Brasil, quase todos os projetos majoritários de poder dependem de um truncado balé de forças partidárias, que raramente são coerentes com ideologias ou programas. O melhor exemplo da atualidade é a dança complicada entre PT e PMDB. Desde os primeiros tempos da Era Lula, a cúpula do Partido dos Trabalhadores vislumbrou que os peemedebistas deveriam ser os parceiros preferenciais – já calculando as dificuldades que teriam pela frente.
Os apuros que a presidente Dilma Rousseff tem passado com o PMDB, de seu vice, Michel Temer, na formação de seu governo apenas ilustram o que está acontecendo no Distrito Federal. É ilustrativo, mas diferente. Dilma ainda não conseguiu aplacar a fome dos parceiros por mais espaços na máquina federal. O problema de Agnelo apresenta uma natureza distinta. O petista adotou uma estratégia no mínimo curiosa na tentativa de domesticar todos os humores políticos do seu grupo, principalmente dos peemedebistas, uma vez que parece ter entregado a eles tudo o que haviam encomendado. Em tese, o PT não poderia reclamar, pois tem seis cargos no primeiro escalão e recebeu parte significativa das administrações regionais.
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