sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

RÁDIO PIRATA

A Rádio Nativa FM de Brasília está no ar há dois anos e funciona na antiga sede da OK FM, no Setor de Rádio e TV Sul. A estação é arrendada pela Toninho Pop Assessoria e Comunicação, do candidato a deputado federal Toninho Pop, do PTB, que não se elegeu em outubro.

No entanto, segundo o jornal Correio Braziliense, a administração estaria por conta da AMJ Ltda, empresa que teria como sócio o filho do senador Gim Argello. Conforme documento obtido pelo DFTV, Jorge Argello Júnior deixou a sociedade em 3 de dezembro passado. “A rádio em si é arrendada para a Toninho Pop Assessoria e Comunicação, que não tem nenhuma ligação com Gim Argello”, afirma o diretor da Nativa FM, Solano Reis.

Apesar disso, a rádio é investigada pelo Ministério Público por suposto favorecimento em publicidade dos governos federal e local. Só em 2010 foram mais de R$ 100 mil reais do GDF, de acordo com o sistema que controla os gastos públicos.

Na época em que Jorge Argello Júnior ainda fazia parte da sociedade, a rádio recebeu mais de R$ 500 mil do governo federal em um único contrato. O dinheiro chegou por meio de uma organização social que recebeu recursos públicos por indicação do senador Gim Argello.

Essa organização é o Instituto Recriar, um dos denunciados no escândalo que envolveu o senador Gim Argello em repasses de verbas públicas à ONGs fantasmas. A rádio alega que venceu uma concorrência pública para veicular os anúncios.

A reportagem do Correio Braziliense mostra ainda que a rádio estaria entregando prêmios que não existiriam a falsos ganhadores. E, em alguns casos, sem autorização dos órgãos de fiscalização.

O diretor da rádio admite que não há uma auditoria nos resultados, mas apresenta listas de ganhadores e entrevistas. Ele nega as acusações. “Todos os prêmios que sorteamos são entregues e temos como comprovar isso através das gravações e dos ouvintes que receberam”, diz Solano Reis.

A assessoria de Gim Argello informou que o senador nunca teve ligação com a rádio e descarta qualquer vínculo com repasses de verbas públicas do GDF. Em relação aos repasses para ONGs, o senador diz que fez emendas que beneficiaram organizações idôneas.

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