segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

AGNELO III

Só que em política, nem sempre vale o que está no papel. Na vida real, os problemas são mais complexos. Uma dessas complexidades envolve a própria legenda de Agnelo. Ele deu a prestigiada Secretaria de Governo para o deputado federal Paulo Tadeu (PT). Uma decisão polêmica, por acirrar as disputas internas no partido. Do ponto de vista da necessária consolidação de seu espaço, como “cristão novo” na sigla, a tacada com o nome de Tadeu foi acertada. Mas talvez tenha sido tomada de modo prematuro. Antes mesmo da virada do ano, Agnelo já teve de enfrentar o primeiro fogo amigo por conta de correntes internas do PT, que não estariam satisfeitos com os espaços que lhes foram destinados.
 
Além de ter pisado no calo da corrente majoritária do PT, a Articulação, o novo governador abriu espaços cobiçadíssimos para o PMDB e grupos ou nomes ligados à sigla. Estão com a legenda do vice-governador Tadeu Filippelli as secretarias de Obras (Luiz Carlos Pitiman, também deputado federal eleito) e de Transportes (José Valter Vasquez) – ambos os secretários possuem laços com Filippelli. Com isso, o vice passou a ser o alvo predileto dos ataques petistas nos corredores do poder e e até na mídia. É possível que os interesses diretos das várias alas do PT já estejam perto de solução. A eleição da mesa da Câmara Legislativa pode ser o que faltava para esse ajuste.

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