quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EMPRESAS PÚBLICAS

Do Correio Braziliense: Enquanto toma as primeiras medidas, Agnelo Queiroz (PT) define as indicações para as empresas públicas do Distrito Federal, a parte operacional do Governo do Distrito Federal. Um dos nomes já escolhidos, porém ainda não anunciados, é o do futuro presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Secretário de Obras e Infraestrutura do governo de Maria de Lourdes Abadia (PSDB), Maurício Canovas deverá assumir o braço de obras da administração petista. Segundo homem no Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma) da gestão de José Roberto Arruda, Danilo Aucélio será o secretário-adjunto de Obras.

Agnelo discute ainda nomes para a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), onde o senador Gim Argello (PTB-DF) tinha muita força no governo de Rogério Rosso (PMDB). Era comum ver o petebista orientar Dalmo Costa, presidente da empresa que administra e negocia todas as terras públicas do Distrito Federal. Ele não terá mais esse privilégio. Um dos nomes sugeridos por Geraldo Magela, secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, é o da ex-deputada distrital Lúcia Carvalho (PT). Ela exerceu o cargo de superintendente do Patrimônio da União (SPU) no governo Lula, mas essa indicação não é consenso no partido.

Com o crescimento do PMDB e de Tadeu Filippelli na estrutura administrativa, petistas têm buscado mais espaço. O ex-deputado distrital Batista das Cooperativas (PRP) busca apoio no PT para tentar emplacar seu ex-chefe de gabinete na Câmara Legislativa, Paulo Valério, filiado ao partido de Agnelo, na Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab). No governo Arruda, Batista dividia com Paulo Roriz (DEM) a influência no órgão que está sob investigação no Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) por irregularidades na negociação de lotes de programas habitacionais e na 
formação de cooperativas.

Um dos órgãos mais disputados é o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), que coordena os contratos de coleta de lixo na capital do país. Trata-se de um cargo importante para um governo que prega a moralização. O Ministério Público Federal apura irregularidades nos contratos, inclusive com a suposta participação do ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra e da promotora Deborah Guerner. Ex-diretores do SLU foram condenados por corrupção e improbidade administrativa. O negócio consumiu, de 2007 a 2009, mais de R$ 500 milhões. Muitos dos contratos, inclusive, são mantidos sem licitação, em caráter emergencial.

O ex-deputado distrital Chico Floresta (PT) é um dos cotados para o cargo, mas é possível que Agnelo leve em conta uma indicação de seu chefe de gabinete, Cláudio Monteiro. Ele era citado como provável secretário de Meio Ambiente, mas perdeu a disputa para Eduardo Brandão, candidato do PV ao Governo do Distrito Federal, designado para a função. Filiado ao PV, Eduardo Zaratz — que substituiu José Geraldo Maciel na chefia da Casa Civil do DF depois do escândalo da Operação Caixa de Pandora até deixar o GDF para concorrer a um mandato de distrital — será o adjunto de Brandão. O partido deve indicar também o presidente do Instituto de Meio Ambiente (Ibram), mas dificilmente Gustavo Souto Maior, que comandou o órgão no governo Arruda, permanecerá. Embora seja filiado ao PV, ele não tem uma boa relação com Brandão.

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